sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Contando Histórias


Adorava todas as histórias que os meus avós contavam de sua terra natal, das suas lembranças da infância e das inúmeras lendas daquele país tão distante. Elas foram sempre meu elo com o passado, como a própria história da minha família. Foram essas mesmas histórias que me motivaram a ir ao Japão e descobrir mais sobre a minha história, sobre as minhas origens. Meus avós sempre foram muito presentes no meu dia-a-dia, principalmente porque tive a chance de morar e conviver com eles em diferentes momentos da minha vida. Recentemente o avô de uma grande amiga faleceu e me dei conta de que ela também estava, a partir daquele momento, se desvinculando de seu elo. Desde que meus avós se foram, procuro sempre relembrar todas as histórias que ouvia desde a infância, com a obrigação de passá-las adiante, sempre que possível, em respeito a tudo pelo que passaram, entre guerras, sofrimento e muita persistência. E relembrando-as, teremos sempre uma história para se contar. Histórias existem para ajudar a explicar a nossa vida, para ter a certeza de onde viemos, reavivar sonhos e o caminho a seguir. Agradeço muito a meus avós pela paciência e por todo o amor que recebi, mesmo o tendo reconhecido somente depois de adulto. Posso afirmar, então, que muito do que sou hoje é graças a eles, por todo o ensinamento e por acreditar no meu potencial. Penso imediatamente em meus sobrinhos, que não tiveram a chance de conhecer seus bisavós, mas que certamente irão escutar ainda as mesmas histórias que sempre ouvi.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sinal Verde


Quem fala menos, ouve melhor. Quem ouve mais, aprende mais.
Há homens que cavam sua própria sepultura com a boca.

domingo, 6 de novembro de 2011

Encerrando Ciclos


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

Texto de Sonia Hurtado, psicóloga colombiana

sábado, 5 de novembro de 2011

Leonardo da Vinci


A partir do próximo dia 09 de Novembro, no The National Gallery, em Londres, inicia-se a maior exposição das obras de Leonardo da Vinci realizadas nas décadas de 1480 a 1490, quando era pintor na corte do Duque Lodovico Sforza, em Milão. Dentre elas, a mais famosa é a Última Ceia, que foi pintada de 1493 a 1495. Considerado um artista visionário, além de cientista, inventor e retratista, sempre esteve à frente de qualquer outro artista de todos os tempos, ultrapassando sempre seus próprios limites e muitas vezes incompreendido, tamanho o seu gigantismo e a complexidade das suas obras. A exposição é dedicada às suas técnicas exclusivas e estilo único como pintor, no período considerado mais criativo de sua vida. Foi um artista extremamente preocupado em retratar a perfeição da forma humana, criando sempre formas para que cada pessoa que visse uma obra sua, tivesse uma sensação única e diferente, desafiando-o a  desvendar os segredos e mistérios de cada pintura.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Kung Fu


Kung Fu ou Gong Fu é uma palavra chinesa e coloquialmente pode significar estudo, virtude, habilidade adquirida através do próprio esforço e competência na luta corporal, mas não é um termo exclusivamente ligado à arte marcial chinesa, pois há muitas variações da mesma palavra no mundo. Quando uma pessoa cozinha bem, pode-se dizer que ela tem kung fu em culinária, da mesma forma que ela tenha kung fu em matemática. Pode soar estranho, mas assim como a arte marcial, que exige dedicação, perseverança e acima de tudo, muita determinação, o mesmo acontece em tudo que fizermos na vida, seja com a família, entre amigos, no trabalho e estudos, com quem você ama. Para alcançarmos a plenitude naquilo que nos determinamos a fazer, todo o percurso para se chegar lá deve ser respeitado, desde os erros, cansaço, vontade de desistir, porém ter a certeza que são pontos a serem superados!  Mas se ainda assim descobrir que este não é o seu caminho, volte e recomece, pois não há nada pior que fazer o que não se ama.
Um ótimo kung fu pra você!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dia de Finados


Os cristãos já rezavam pelos falecidos desde o século II. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar pelos mortos. Segundo diversas fontes sobre o assunto, o Catolicismo se utilizou da data, que já era usada pelos Celtas desde muitos séculos atrás, para o dia da reverências aos mortos.  Foi oficializado no século XIII o dia após a Festa de Todos os Santos. Desde então o dia 2 de novembro é a data do Dia dos fiéis defuntos, Dia dos mortos ou Dia de finados. O Dia de Finados é o dia da celebração da vida eterna das pessoas queridas que já faleceram. É o Dia do Amor, porque amar é sentir que o outro não morrerá nunca. É celebrar essa vida eterna que não vai terminar nunca. Pois, a vida cristã é viver em comunhão íntima com Deus, agora e para sempre. Desde o século 1º, os cristãos rezam pelos falecidos; costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio. No século 4º, já encontramos a Memória dos Mortos na celebração da missa. Desde o século 5º, a Igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém se lembrava. Desde o século XI, os Papas Silvestre II (1009), João XVIII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia por ano aos mortos. Desde o século XIII, esse dia anual por todos os mortos é comemorado no dia 2 de novembro, porque no dia 1º de novembro é o dia de "Todos os Santos". O Dia de Todos os Santos celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados. O Dia de Todos os Mortos celebra todos os que morreram e não são lembrados na oração. Rezemos e oremos a todos aqueles que se foram, em respeito, consideração e amor e para que tenham Luz, Paz e Harmonia em seu caminho espiritual.
(Fonte: http://gattors.blogspot.com)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dia do Sushi


Escutei no rádio que hoje é o dia do sushi. "Nossa, hoje em dia inventam dia pra tudo", pensei comigo mesmo. Mas conversei com a minha mãe, que me ajudou a compor este texto e entender melhor a sua história. Os peixes, as algas e os frutos do mar estão presentes em praticamente todos os pratos da culinária japonesa. As terras são montanhosas e são poucos os locais onde é possível desenvolver a agricultura. O arroz é uma cultura de alta produção em áreas pequenas. O sushi é a combinação do arroz com os pescados crus. Apesar de parecer uma combinação estranha e exótica é, na verdade, uma combinação logicamente adaptada aos produtos regionais. Antigamente os peixes para serem transportados a outros lugares eram conservados no arroz cozido. Os japoneses sabiam que o arroz liberava o ácido acético e láctico que garantiria a qualidade por mais tempo. A técnica também era usada pelos pescadores que ficavam pescando em alto mar, criando-se assim o sushi prensado. No século XVIII um cozinheiro chamado Yohei decidiu parar de utilizar o peixe fermentado e passou a oferecer algo parecido com o que conhecemos por sushi. A preparação se tornou muito popular em Osaka, que na época era a capital comercial do Japão. Era justamente nesta cidade que se reuniam os comerciantes de arroz. Osaka está situada na região de Kansai e assim ficou conhecido o estilo de sushis enrolados em algas, decorados e apresentados de forma alegre e colorida. Já na região de Tóquio o estilo era o Edo e cujo melhor exemplo é o Nigirizushi, aquele bolinho de arroz coberto com o peixe sem a utilização da alga. Em meados do século XIX, começou-se a utilizar o vinagre, o wassabi e o gengibre, pois eles tinham fortes poderes antibacterianos e havia uma grande preocupação quanto à manipulação e o consumo de peixes crus. Surgiram assim, os primeiros quiosques que faziam sushi no formato que conhecemos hoje. O sushi é hoje um prato bastante conhecido e apreciado pelos ocidentais, além de seu forte valor nutritivo e o Brasil é um dos países com maior número de restaurantes típicos japoneses do mundo.