segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O Ovo Quebrado


Estamos próximos às festividades de Natal e Ano Novo. Lembro-me de uma velha senhora que conheci num parque em Londres, há anos atrás, também nesta mesma época do ano. Se chamava Sarah. Ela estava sozinha alimentando os pombos do parque com uma singeleza única, tratando-os como pequenas crianças que necessitam de atenção e carinho. Me aproximei sentando-me a seu lado e logo estávamos conversando. De repente ouvimos uma criança que ajudava a sua mãe carregar as compras cair e derrubar uma caixa de ovos, quebrando alguns deles. Subitamente ela começa a chorar e eu, confuso, pergunto por que. Ela diz que os ovos quebrados a fizeram lembrar dos tempos da II Guerra Mundial, quando ainda era uma jovem esposa com dois filhos pequenos, onde tudo era racionado e pelas enormes dificuldades que passaram. Dentre os inúmeros itens racionados para cada família inglesa, diz que naquela época sua família tinha o direito de comprar apenas dois ovos por semana e que num dia, ao sair do mercado, deixara cair um deles, quebrando-o. Desesperada diante da impossibilidade de recuperar o alimento que acabara de perder, recolhe os restos do ovo partido e retorna ao mercado, na esperança de que o vendedor acreditasse que o ovo que acabara de comprar estava "estragado" e implorava que lhe desse outro. Apesar da descrença do vendedor, o mesmo, tocado pelo apelo daquela jovem mulher, lhe dá um novo ovo, para seu alívio e garantindo o alimento à sua família. A guerra acabou, sua família sobreviveu e desde então, tem vindo àquele parque alimentar diariamente os pombos, cães e gatos que andam por ali, sabendo que cada pedaço de alimento lhes garante a sobrevivência. Impossível deixar de se emocionar com esta profunda demonstração de amor ao próximo, o que me faz ter a certeza, neste momento especial do ano, que somos responsáveis, sim, por cuidar de todos os que estão próximos a nós, "alimentando-os" com boas vibrações e pensamentos, "nutrindo-os" com bons exemplos e acima de tudo, fazendo demonstrar nossos sentimentos mais nobres e caridosos, assim como Sarah o fazia com os pequenos animais no parque e como fez com a sua família. Pense nisso!

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